O Estudo de Projeção da Demografia Médica no Brasil sobre 2020, realizado pelo CFM e pelo CREMESP, aponta que até 2028 o número de médicos em atividade poderá chegar a 2,53 profissionais a cada mil habitantes. Esse é um dado bastante expressivo, principalmente se comparado com o início dos anos 2000, em que a razão entre médicos e habitantes era de 1,91.
Portanto, não é difícil compreender que o cenário para as clínicas médicas nos tempos atuais é de grande competitividade. Com mais profissionais no ramo, o número de estabelecimentos de saúde também aumentam, exigindo mais preparação dos gestores para conseguir destaque e atrair pacientes.
Entende-se, então, que é necessário pensar em novas estratégias para garantir o sucesso do negócio. Uma dessas formas é investir em vantagens competitivas sustentáveis, capazes de diferenciar a unidade de saúde a longo prazo.
Neste artigo vamos explicar:
- O que é uma vantagem competitiva sustentável;
- Boas práticas para ter uma clínica com vantagens competitivas sustentáveis.
Continue a leitura e aproveite!
O que é uma vantagem competitiva sustentável?
Empresas frequentemente buscam formas de se destacar em relação às outras do ramo para conquistar a preferência do público, tendo mais clientes, especialmente em setores em que as opções de negócios são muito numerosas.
Pode-se definir vantagem competitiva como um elemento que posiciona a sua unidade de saúde na mente do paciente como superior às demais. Isso pode ser, entre muitos outros fatores:
- uma capacidade operacional, como o uso de um software de prontuário eletrônico superior;
- sistema de agendamento facilitado;
- um equipamento de saúde diferenciado que o restante do mercado não tenha;
- a estrutura física da unidade de saúde;
- a qualidade e especialização do corpo clínico;
- pode ser valor mais baixo para consultas e procedimentos;
- seu setor de RH, que estruturou um time administrativo e clínico muito forte.
É importante olhar para todos os processos e analisar quais são os pontos de sua unidade de saúde que verdadeiramente são referências e superiores ao mercado. Caso não existam vantagens competitivas significativas, é sua tarefa como gestor de sua unidade de saúde desenvolvê-las. Contudo, a visão para esse processo deve ser de desenvolver vantagens competitivas que sejam sustentáveis no longo prazo.
Existem elementos que podem ser frágeis e temporários, como a disponibilização por apenas alguns poucos meses do ano de um médico extremamente qualificado, contrato temporário com operadoras e clientes corporativos ou um processo administrativo e operacional diferenciado que depende de apenas um único profissional e não esteja enraizado na cultura da organização.
Essas táticas podem ser válidas em certos momentos para garantir o fluxo de caixa e o faturamento em determinado momento, mas não são capazes de repetir continuamente seus resultados.
Como gestor na área da saúde, seu foco deve ser no longo prazo, no desenvolvimento de estratégias que farão parte da fundação ou do alicerce de sua empresa, ou seja, as vantagens competitivas sustentáveis: ações que têm efeitos de médio a longo prazo, fazendo com que o público tenha uma imagem positiva duradoura da empresa por conta de pontos de destaque.
Esses diferenciais são implementados com um investimento inicial e se sustentam pelo tempo, não sendo necessário fazer movimentos adicionais. A vantagem competitiva sustentável é a melhor forma de ter sua unidade de saúde lembrada pelos pacientes, tornando-se uma referência baseada neste diferencial escolhido por você.
Boas práticas para ter uma clínica com vantagens competitivas sustentáveis
É bem provável que, depois de entender o que é uma vantagem competitiva sustentável, você esteja se perguntando como implementá-las. Por isso, reunimos aqui alguns pontos que valem a sua análise e possuem o potencial de criar diferenciais duradouros para o seu negócio:
1. Trabalhe o marketing
Atualmente, é preciso conquistar os pacientes e convencê-los de que sua clínica médica é a melhor opção.
Isso acontece porque estamos no tempo do consumidor 4.0 — pessoas que têm amplo acesso à informação e, por isso, fazem muitas pesquisas e acompanham diversas empresas diferentes antes de fazer uma escolha.
Desse modo, é preciso que a clínica também tenha presença nas redes sociais para conseguir alcançar esse público e conquistá-los.
2. Tenha um sistema de agendamento simplificado e eficaz
O agendamento é uma grande dor para muitos pacientes, principalmente quando o processo é complicado ou então o horário agendado não é respeitado pela clínica. Essa má experiência pode fazê-lo não voltar mais ao estabelecimento.
Para evitar essa situação, a clínica deve ter canais ágeis de agendamento e um sistema de controle para garantir que os horários sejam cumpridos.
3. Otimize o controle financeiro
O controle financeiro não impacta diretamente os pacientes, mas é o que permite que a clínica invista em novas ações, espaços mais confortáveis, equipamentos, tratamentos atualizados e capacitação para a equipe.
Para tanto, a adoção de um sistema de gestão financeira especializado em clínicas maiores é indispensável.
4. Invista em tecnologia
A tecnologia é uma grande aliada da saúde, com várias inovações importantes acontecendo ao longo dos anos. Por isso, é importante que clínicas médicas de médio e grande porte aproveitem as funcionalidades disponíveis.
Em primeiro lugar, equipamentos e tratamentos modernos são mais atrativos para os pacientes. Afinal, eles buscam encontrar a melhor solução possível para suas questões de saúde e métodos atualizados são capazes de oferecer isso.
Em segundo, a tecnologia também oferece auxílio no dia a dia dos médicos e demais profissionais do negócio. Sistemas de prontuário eletrônico com Certificação da SBIS são capazes de garantir que a informação seja transmitida de maneira ágil, organizada e segura entre diferentes médicos. Além de disponibilizar uma documentação clínica diferenciada.
Contudo, o investimento em tecnologia também implica no armazenamento e tratamento de dados sensíveis de pacientes. Portanto, a clínica precisa estar com todos os seus sistemas regulamentados. Para saber como fazer isso, veja como a LGPD na saúde impacta clínicas de médio e grande porte!